O bom e o mau das mesadas

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Permitir que a criança possa desenvolver uma boa relação com o dinheiro está entre os principais motivos indicados pelos pais que optam por dar mesadas aos filhos, contudo, é necessário compreender o lado positivo e negativo por trás do hábito. O ponto chave para desenvolver essa relação é encontrar o equilíbrio. Neste texto falaremos sobre os dois lados desta moeda.

O mérito e a recompensa

Este é um ponto bem controverso. Enquanto algumas pessoas defendem que o dinheiro tem que ser merecido, outras sinalizam o perigo de que a criança acredite que os princípios éticos e morais necessitem de recompensa para valer a pena.

Condicionar a execução das tarefas de casa ao recebimento da mesada pode ao mesmo tempo que permite que a criança entenda a relação entre esforço e recompensa, pode fazer com que a criança distorça o valor de fazer parte do coletivo. Alguns especialistas defendem que o trabalho de casa deve ser realizado pelo simples fato de que a criança é parte do grupo, independente de recompensa financeira.

Condicionar a mesada ao mérito, seja por bom comportamento ou pela realização de tarefas, portanto, tem um efeito secundário muito perigoso: A ideia de que o dinheiro pode ser utilizado para punir e controlar as pessoas.

O prazer imediato passageiro ou glória de alcançar o objetivo

“Se você juntar toda a sua mesada por um ano pode comprar seu videogame”. Aparentemente poupar é a grande lição de ouro que os pais buscam passar para os filhos. Sim, é importante poupar, mas estimular a criança a só buscar recompensas e prazeres de longo prazo é provável que ela desenvolva uma relação de avareza.

O contrário também acontece. Deixar que a criança aprenda por conta própria, sem nenhum direcionamento vai ajudar a desenvolver a noção de que dinheiro é para torrar. Para satisfazer as necessidades imediatas e nada mais.

Alguns especialistas sugerem que os pais façam sugestões de como administrar o dinheiro de maneira equilibrada. Sugerindo que a criança guarde uma porcentagem de sua mesada e utilize a outra parte para suas despesas do dia-a-dia. Uma sugestão inicial pode ser de 50%-50%. Desta maneira a criança vai começar a avaliar suas necessidades e dosar de acordo com seus próprios critérios.

O valor da mesada

Uma mesada muito alta definitivamente não vai dar a sua criança a oportunidade de controlar seus gastos, de escolher o que comprar e o que abrir mão. Tão pouco de entender como poupar.

Uma mesada muito pequena também não oferece margem para a criança gerenciar o dinheiro. As escolhas são muito limitadas. Economizar demora muito em relação ao tempo da criança, só lhe resta o prazer imediato.

Só um valor equilibrado, de acordo com o padrão de vida da criança e amigos pode proporcionar uma experiência completa. É importante também que os pais se atenham ao valor estipulado e não forneça empréstimos para descontar nas próximas mesadas, para que a criança perceba que é preciso gerenciar seu próprio orçamento.

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